segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Um ano produtivo para o meio ambiente


O ano de 2012 termina registrando conquistas significativas e fatos importantes para o Brasil e para o Ministério do Meio Ambiente (MMA), como os saldos obtidos na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), e a aprovação da nova Lei Florestal. O secretário de Biodiversidade e Florestas, Roberto Cavalcanti, consolidou seu papel de apoio às grandes políticas institucionais do MMA na área de biodiversidade e florestas. Para 2013 surgirão novos desafios, como a questão dos produtos genéticos e a legalização da exploração sustentável de madeira.
“A ministra [do Meio Ambiente], Izabella Teixeira, liderou a ação do governo junto ao Congresso Nacional para a revisão e introdução do novo Código Florestal, que representa uma convergência de muitos dos interesses da sociedade brasileira, com alguns avanços significativos para a área ambiental”, avalia Cavalcanti. Entre os avanços obtidos em 2012, cita aqueles previstos no Cadastro Ambiental Rural (CAR), que acaba de ser lançado, que abriga um novo capítulo sobre a proteção contra queimadas; o equilíbrio entre o retorno econômico e a manutenção e recuperação de áreas de proteção permanente (APP); e a consolidação do compromisso de proteger a floresta Amazônica.
Repartição - O secretário destaca, ainda, a atuação do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN), que, neste ano que termina, conseguiu adiantar grande parte dos processos que estavam acumulados, registrando o maior número de assinaturas de contratos de repartição de benefícios provenientes da biodiversidade entre as empresas que usam a diversidade biológica, nas suas cadeias produtivas, e os detentores das comunidades tradicionais. Da mesma forma, destaca o avanço do diálogo com os grandes setores na criação de um marco legal para acesso aos recursos genéticos. “Estamos caminhando para um marco legal moderno, caracterizador da responsabilidade, inclusive dentro da ótica do Protocolo de Nagóia, assinado pelo Brasil em 2012, e aguardando ratificação pelo Congresso Nacional, que visa substituir uma medida provisória em vigor há dez anos, editada para uma realidade bem diferente da que se tem hoje”, explica o secretário.
Avanços, diz Cavalcanti, foram registrados em relação à conservação dos recursos pesqueiros, em cooperação com o Ministério da Pesca e Aquicultura, com destaque para a edição das novas normas de emalhe (uso de redes na pesca de superfície e de fundo de mar) voltadas à atividade pesqueira, especialmente das regiões Sul e Sudeste. Essa normatização introduziu o conceito e a demarcação de áreas para proteção e de exclusão, destinadas à conservação das espécies raras e ameaçadas, e, ao mesmo tempo, à recuperação dos estoques de espécies comerciais da pesca.
Barbatanas - As novas normas também incluem a proibição do “finnig” (retirada de barbatanas e nadadeiras de tubarões e arraias, jogando os animais ainda vivos de volta ao mar). É um avanço tremendo para o Brasil, que demonstra responsabilidade e dá o exemplo”, diz Cavalcanti; e a sugestão de se incluir espécies de tubarões e raias na expansão da lista de espécies da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites). “São atitudes que refletem avanços conceituais na conservação”, reforça.
O secretário destaca, ainda, avanços na estratégia de conservação de áreas marinhas, atendendo às proposições constantes das 20 Metas do Plano Estratégico 2011-2020, acordadas durante a Convenção sobre Diversidade Biológica (COP-10), realizada em Nagóia, Japão, em 2010, que ficaram conhecidas como Metas de Aichi. Roberto Cavalcanti afirma que o Brasil precisa expandir, consideravelmente, suas áreas marinhas protegidas. E lista algumas propostas em negociação, que precisam ser amplamente discutidas com os diversos setores, como a ampliação da área de abrangência de Abrolhos, outras Áreas de Proteção Ambiental (APAs), e as definições sobre o arquipélago de Alcatrazes. “Estamos construindo um novo mecanismo de criação e expansão dos sistemas de Unidades de Conservação (UCs), que refletem não só as Metas de Aichi, mas a combinação de estratégias relacionadas às atividades econômicas e conservacionistas, e às demandas sociais”, acrescenta.
O ano de 2012 foi decisivo para a Secretaria de Biodiversidade e Florestas (SBF), que trouxe à Rio+20 alguns dos maiores especialistas nos grandes temas afeitos à conservação e uso sustentável da diversidade biológica, com destaque para o papel dos polinizadores na agricultura e na conservação. Sobre este assunto, foram apresentados os resultados do Projeto Polinizadores, desenvolvido por cientistas de institutos de pesquisa, com apoio do Fundo Global para o Desenvolvimento (GEF, na sigla em inglês), via SBF, cujos resultados já foram usados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na consolidação de novas regras de restrição ao uso de pesticidas na agricultura e implantadas no fim deste ano.
Pesquisa - “Estamos vendo o ciclo completo de pesquisa científica, de conservação e de normatização, visando, inclusive, a manutenção da qualidade da produção agrícola”, afirma o secretário. Os resultados apresentados na Rio+20, afirma, mostraram que a presença dos polinizadores é um dos fatores mais importantes na determinação da produtividade agrícola, sendo que o uso de pesticidas que matam os polinizadores representa um duplo prejuízo: “Vocês estará pagando para reduzir sua produtividade”, enfatiza.
Os resultados das propostas apresentadas na Rio+20 sobre áreas marinhas protegidas foram levadas à 11ª Convenção sobre Diversidade Biológica, realizada em Hyderabad, na Índia, em outubro, quando o Brasil recebeu a notícia de que os países desenvolvidos vão dobrar o apoio financeiro internacional às atividades de conservação da biodiversidade. “O ano de 2012 mostra a melhora e o aumento, muito significativo, dos compromissos internacionais na área de biodiversidade”, conclui.
O ano-novo começará com uma agenda ambiciosa para o Ministério do Meio Ambiente, que espera concluir a proposta do marco legal que regulamente o acesso aos recursos genéticos, além de aprofundar os debates sobre a gestão marinha e estabelecimento das unidades de conservação; e avançar na área florestal, focalizando, entre as prioridades, o estímulo ao fortalecimento da cadeia produtiva legal das espécies madeireiras. Para Cavalcanti, hoje os estoques madeireiros do Brasil estão sendo depreciados sem que isso se configure em retorno ambiental, muito menos em retorno econômico ou social, porque grande parte da produção madeireira passa ao largo dos diplomas legais, e isso dificulta o acesso dos produtos brasileiros aos mercados internacionais. (Fonte: Luciene de Assis/ MMA)

Fonte: Ambiente Brasil

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Governo gaúcho vai criar sistema para controlar uso de agrotóxicos

O governo do Rio Grande do Sul vai criar um sistema de rastreamento eletrônico para controlar o uso de agrotóxicos. A decisão foi anunciada após a revelação de que produtos proibidos no Brasil estão sendo usados em lavouras de arroz do estado, como mostra a reportagem do RBS Notícias.
A análise feita dentro da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) encontrou doze tipos diferentes de agrotóxicos em 55 amostras de arroz. Três deles não têm autorização de uso para arroz no Brasil. O que representa um risco para a saúde tanto dos agricultores quanto das pessoas que consomem o alimento.
“Um trabalhador que ficou com a roupa impregnado com o produto está sujeito a um quadro clínico bastante grave, a ponto de ser levado a UTI com insuficiência respiratória”, diz a coordenadora do Centro de Informações Toxicológicas, Isabela Lucchese Gavioli.
A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa) diz que o contrabando de produtos químicos deve ser fiscalizado pela Polícia Federal e Pela Receita Federal. E que pretende aumentar o controle do uso de agrotóxicos com a contratação de mais agrônomos e um novo sistema eletrônico para o rastreamento dos produtos distribuídos no estado.
“Vai estar dentro do sistema todos os produtos com suas dosagens e suas indicações. A receita agronômica só vai sair se o responsável técnico estiver habilitado e se a recomendação for correta”, explica o gerente da divisão de produção vegetal da Seapa, José Candido Motta.
Além do arroz, técnicos que fazem a coleta de amostras de alimentos para um programa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) encontraram irregularidades no uso de produtos químicos em vários produtos. A Anvisa constatou problemas, principalmente no cultivo de pimentão (91,8%), morango (63,4%), pepino (57,4%) e alface (54,2%).
Entre as irregularidades estão a utilização de agrotóxicos não autorizados ou em quantidade acima da permitida. “É importante que a pessoa que está produzindo saiba que a sua produção, a sua propriedade rural, ela é responsável também por saúde pública. À medida que eu produzo observando as boas práticas de produção agrícola, eu vou estar trazendo benefícios para as pessoas que vão consumir o meu produto”, destaca o engenheiro de alimentos, Bruno Hoernig. (Fonte: G1)

Fonte: Ambiente Brasil

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Divergências entre ricos e pobres por ajuda marcam conferência climática

Os atritos sobre o prazo para que as nações ricas ampliem sua ajuda climática a países em desenvolvimento estão colocando em risco o resultado final de uma negociação que envolve 200 países sob os auspícios da ONU em Doha, no Catar.
Ativistas dizem que as duas semanas de discussões, que terminam na sexta-feira (7), estão “à beira do desastre” pelo fato de os países ricos não terem marcado data para liberar a ajuda financeira nem terem estabelecido metas para reduzir suas emissões de gases do efeito estufa.
As ofertas de nova ajuda europeia não resolveram o impasse em torno de um cronograma que leve ao cumprimento da meta de que os países ricos destinem 100 bilhões de dólares em ajuda climática até 2020 – dez vezes a cifra atual.
Promessas individuais da Alemanha, Grã-Bretanha, França, Holanda, Suécia, Dinamarca e da Comissão Europeia em Doha totalizaram mais de 6,85 bilhões de euros (8,95 bilhões de dólares) para os próximos dois anos – mais do que em 2011-12.
Mas as nações em desenvolvimento disseram que esperavam um compromisso mais claro de ajuda adicional por parte dos EUA, da Austrália e de outros países.
Um grupo de influentes grupos ambientais, incluindo Greenpeace, WWF e Oxfam, disse estar lançando “um apelo emergencial aos governos para que salvem Doha do desastre”.
“Este está sendo um exercício quase risível”, disse Kumi Naidoo, diretor do Greenpeace.
A reunião de Doha já começou cercada por poucas ambições, e o eventual fracasso será menos espetacular do que numa cúpula de 2009, em que havia a expectativa da assinatura de um novo tratado global contra a mudança climática.
Na conferência de Doha, apenas quatro países – Líbano, República Dominicana, Belarus e Ucrânia – estabeleceram novas metas para suas emissões, enquanto os delegados priorizam as discussões para prorrogar o Protocolo de Kyoto, que obriga cerca de 35 países ricos a reduzirem suas emissões em pelo menos 5,2 por cento até o período de 2008 a 2012, em relação aos níveis de 1990.
Especialistas preveem que as emissões globais crescerão 2,6 por cento em 2012. “Resta pouquíssimo tempo. Encorajo os senhores a ampliarem seus esforços”, disse o presidente da conferência, o catariano Abdullah bin Hamad al Attiyah, a delegados na noite de quinta-feira.
Alguns países ricos dizem que será inútil prorrogar o Protocolo de Kyoto se ele não passar a exigir reduções nas emissões também de grandes nações em desenvolvimento. (Fonte: Portal iG)

Fonte: Ambiente Brasil

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Poluição chega ao último refúgio marinho intocado


Presença no Oceano Antártico de 40 mil fragmentos plásticos por quilômetro quadrado, quantidade próxima da média global, revela que os impactos das atividades humanas estão indo além do que se pensava.

 

A região oceânica do extremo sul do planeta sempre foi considerada um refúgio natural imaculado, já que suas águas não realizam muito intercâmbio com os principais e mais poluídos oceanos. Assim, foi com muita surpresa e decepção que pesquisadores ingleses e franceses constataram a presença massiva de  fragmentos plásticos próximos à Antártida.

“Não esperávamos encontrar uma quantidade tão alta de plásticos por aqui, até porque sempre consideramos esta área um ecossistema intocado e muito distante da sujeira da humanidade. O fato de termos localizado estes plásticos é um sinal de que o alcance dos seres humanos é verdadeiramente planetário”, afirmou Chris Bowler, coordenador do navio de pesquisas Tara.

O Tara, que já está viajando há mais de nove anos, possui a missão de cruzar todos os oceanos para investigar as consequências das mudanças climáticas nos ecossistemas marinhos e na biodiversidade. 

Em sua passagem pelo Oceano Antártico, a equipe coletou amostras de água que revelaram a presença de mais de 40 mil  fragmentos plásticos por quilometro quadrado. Este volume é muito próximo aos 46 mil da média global estimada pelo Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas (PNUMA).

Apesar de a poluição oceânica já ser um problema reconhecido, imaginava-se que os níveis no  Oceano Antártico fossem pelo menos dez vezes menores do que a média global.

“Levando em conta as correntes oceânicas, acreditamos que esta poluição seja proveniente do hemisfério sul. Assim, existe a grande probabilidade de que os países da região, como Austrália, África do Sul e os latino-americanos, sejam os responsáveis”, disse Bowler.

Apesar de muitas vezes invisíveis ao olho nu, os fragmentos, resultantes da decomposição de sacolas plásticas, garrafas e embalagens, representam um grande problema para o ecossistema e para o próprio ser humano.

“Ao reagir com a luz ultravioleta dos raios do sol e com o sal da água, os químicos que compõem os plásticos, que são muitas vezes tóxicos, são liberados e se aglutinam ao plâncton. Assim, toda essa sujeira começa a fazer parte da cadeia alimentar. Os peixes vão absorvê-la e nós acabaremos por fazer o mesmo ao comermos os peixes”, explicou Bowler.

Problema Mundial

O lixo marinho constitui uma das piores catástrofes ambientais do planeta e se agrava a cada ano pela falta de programas globais, uma vez que praticamente todos os países acabam contribuindo para este desastre.

Segundo o relatório Panorama Ambiental Global 5 (GEO 5), publicado pelo PNUMA em junho deste ano, pouco ou nenhum avanço foi registrado na prevenção, redução ou controle da poluição do meio ambiente marinho nos últimos anos.

De acordo com a entidade, pelo menos 267 espécies marinhas em todo o mundo são afetadas pelo emaranhamento ou ingestão de lixo marinho, incluindo 86% de todas as espécies de tartarugas marinhas, 44% de todas as espécies de aves marinhas e 43% de todas as espécies de mamíferos marinhos.

Além disso, a ingestão dos resíduos plásticos pelos seres humanos pode levar ao câncer, a problemas reprodutivos e a outras doenças.

“Esta poluição vai seguir flutuando por milhares de anos. A melhor maneira para lidar com isso é evitar que a situação piore, investindo em tecnologias biodegradáveis e em políticas de consumo consciente”, concluiu Bowler.

Saiba mais sobre a questão: http://www.globalgarbage.org/blog/

Fonte: Instituto Carbono Brasil

terça-feira, 18 de setembro de 2012

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Questão ambiental ainda é pouco debatida por candidatos

Embora os brasileiros tenham vivenciado um ano marcado pela realização da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), pelo debate sobre o uso de sacolas plásticas e por planejamentos municipais voltados a ações sustentáveis como o fim dos lixões e a coleta seletiva de resíduos, ainda não é o atual processo eleitoral, iniciado há cerca de um mês, que posicionará a questão ambiental no centro dos debates políticos.
A despeito do espaço que o tema tem conquistado na agenda do país, nem os programas partidários eleitorais ou os eleitores consideram o meio ambiente uma área prioritária para a definição do voto na opinião de alguns especialistas.
“Dados os altos índices de poluição, devastação florestal, mudança climática etc. [o meio ambiente] somente vai adquirir centralidade para a população quando questões que afetam seu cotidiano estiverem mais bem solucionadas”, afirmou Rachel Meneguello, professora do Departamento de Ciências Políticas da Universidade de Campinas (Unicamp).
Os programas partidários continuam voltados para os temas que estão no topo do ranking de preocupações apontadas pelos eleitores em pesquisas de opinião. “Em um cenário em que o poder público não consegue dar conta de questões básicas, medidas como o fim das sacolas plásticas têm pouca adesão, porque se sabe que é uma medida muito parcial, e sua implantação afeta o cotidiano da maioria das pessoas, que não recebeu alternativa para dar conta, por exemplo, de parte do lixo doméstico”, acrescentou.
O resultado pode ser confirmado com o acompanhamento dos primeiros programas eleitorais apresentados pelos partidos. “Em São Paulo, todos os candidatos concentram a temática em problemas de saúde ou transporte, refletindo as reivindicações básicas do eleitorado para o Poder Público”, disse a professora, ao acrescentar que esses temas só deixarão de ser dominantes quando tiverem sido solucionados para a maioria da população.
Por outro lado, ainda há pouco investimento em uma política de educação e mudanças de hábitos que possa sustentar medidas importantes nessa direção. Algumas pesquisas sobre hábitos com relação ao meio ambiente mostram que as pessoas têm informação sobre os materiais que poluem o ambiente, mas a reciclagem ainda não atingiu números satisfatórios, devido à falta de tempo das pessoas, a falta de motivação e a falta de coleta seletiva no município.
Na semana passada, representantes da organização não governamental SOS Mata Atlântica lançaram, no Congresso Nacional, um projeto para atrair o comprometimento de candidatos com a área. Denominado Plataforma Ambiental 2012, o documento reúne os principais pontos da agenda socioambiental, que devem ser discutidos, respondidos e solucionados pelos dirigentes do país, como a implantação da Política Municipal de Meio Ambiente e o Sistema Municipal de Informações sobre Meio Ambiente, além da identificação de áreas de preservação permanente (APPs).
“Nunca ouvimos tanto falar em sustentabilidade, mas sustentabilidade para quem? Muita gente está falando sem saber sequer o que é. Tem gente prometendo coisas que não vai acontecer porque sequer é competência do vereador ou do prefeito”, alertou Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica.
Além de atrair o comprometimento de políticos, a proposta é que o documento também seja usado pelos eleitores para acompanhar e avaliar seus candidatos, sob pelo menos cinco áreas de ação, como medidas voltadas ao desenvolvimento sustentável, clima, educação, saúde e saneamento básico.
“O candidato pode aderir, e o eleitor também pode levar a plataforma para o candidato e virar uma espécie de avalista desse candidato para ver se é promessa política ou fato”, acrescentou Mantovani.

 

segunda-feira, 30 de julho de 2012

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Rio+20: crise e políticas domésticas limitam papel do Brasil

Embora afirmem que o Brasil tem influenciado as discussões globais sobre o meio ambiente nas últimas décadas, analistas ouvidos pela BBC Brasil avaliam que a crise econômica global e a opção do país por políticas que consideram danosas à natureza – como a construção de hidrelétricas na Amazônia e a concessão de estímulos ao setor automobilístico – devem reduzir seu peso na Rio+20.
Com isso, segundo eles, dificilmente o Brasil repetirá o papel que desempenhou na Eco-92, conferência ocorrida no Rio de Janeiro há vinte anos que é tida como um marco para o movimento ambientalista e para países subdesenvolvidos
Para Haroldo Mattos de Lemos, presidente do Instituto Brasil Pnuma, ONG que divulga o Programa da ONU para o Meio Ambiente, o Brasil tem se esforçado para que a Rio+20 repita os resultados "fantásticos" que ele atribui à Eco-92.
O esforço, diz ele, inclui insistir na vinda do maior número possível de líderes. "Sabemos que alguns não virão, como o dos EUA (Barack Obama), mas pelo visto teremos um número significativo de chefes de Estado."
Ainda assim, Lemos afirma que a crise econômica internacional deve dificultar as negociações, e que a Rio+20 ocorrerá em momento mais desfavorável que a Eco-92.
"Sempre que condições econômicas apertam, governos cortam em áreas consideradas menos importantes. Não há muita esperança de que de se consiga incluir metas de desenvolvimento sustentável na Rio+20."
Por outro lado, Lemos diz que a sociedade civil estará mais mobilizada neste encontro do que no de 1992, o que, segundo ele, pressionará governantes a dar mais atenção às causas ambientais.
Já o físico Ennio Candotti, vice-presidente da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), diz que a Eco-92 foi realizada em um momento tão complicado como o atual.
Ele lembra a resistência dos Estados Unidos (que também enfrentavam problemas econômicos à época), países árabes (exportadores de petróleo) e do Japão em acordar metas de redução nas emissões de gases causadores do efeito estufa.
No entanto, Candotti diz que desde então os problemas ambientais ficaram mais complexos, "porque são mais discutidos e novas reivindicações surgiram".
Além disso, afirma que tensões militares e o aumento populacional tornaram mais urgente sua solução. "De 1992 para cá, houve quatro ou cinco guerras, os preços do petróleo subiram, e o mundo se adaptou a níveis crescentes de consumo."
Diante das dificuldades e da disputa entre países ricos e pobres, o físico afirma que a responsabilidade do anfitrião da Rio+20 aumenta. Nesse papel, segundo ele, o Brasil é beneficiado por suas condições naturais e demográficas.
"O Brasil está na liderança (das discussões sobre meio ambiente) não porque tenha encontrado ideias novas ou por ter tido desempenho acima da média, mas por estar em posição privilegiada quanto a laboratórios naturais".
"É no Brasil que há a Floresta Amazônica, inúmeros rios, aquíferos e áreas férteis de grande extensão, sem que aqui haja uma superpopulação como na China, Europa ou Índia."

Conquistas da Eco-92

físico José Goldemberg, ex-secretário do Meio Ambiente e de Ciência e Tecnologia no governo federal, elogia a atuação do Brasil na Eco-92 por conduzir as negociações sobre quem financiaria as medidas previstas nas Convenções do Clima e da Biodiversidade, o acordo aprovado na Eco-92.
Alguns anos depois, diz Goldemberg, o Brasil voltou a ter papel decisivo na inclusão do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) no Protocolo de Kyoto, aberto para assinaturas em 1997 e que prevê a redução nas emissões globais dos gases causadores do efeito estufa.
O MDL permite que países adeptos do protocolo adquiram créditos pela redução em emissões de carbono ocorrida em países subdesenvolvidos.
No entanto, o físico diz que o Brasil abriu mão de liderar as negociações atuais.
"De modo geral, o Brasil se associou com o G-77 (grupo com 77 países emergentes) e a China e não tem sido entusiasta de ideias novas para reorientar desenvolvimento para economia sustentável."
Goldemberg afirma ainda que políticas recentes adotadas pelo governo, como a construção da hidrelétrica de Belo Monte, indicam que o país não está disposto a liderar discussões sobre a preservação ambiental.
Ele menciona ainda a "euforia com o pré-sal" e os recentes estímulos fiscais ao setor automobilístico, que, ao contrário dos concedidos pelos Estados Unidos à indústria automotiva americana, não condicionam os benefícios a melhorias em eficiência energética.
"Todas as medidas estão na contramão do que se esperaria."
Candotti, da SBPC, critica a prioridade destinada pelo governo ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que prevê investimentos bilionários em hidrelétricas, portos, ferrovias e outras grandes obras.
"Isso obviamente não foi planejado com olhar atento ao potencial do patrimônio genético e ambiental das florestas."
Mesmo assim, ele enaltece o papel que o Brasil tem exercido nos foros globais ao defender o apoio às nações mais pobres, para que reduzam as injustiças sociais e eliminem a fome.
"Só espero que o Brasil não caia na armadilha de dizer que alimentar a todos implica poluir ou desmatar mais."

quarta-feira, 11 de julho de 2012

segunda-feira, 9 de julho de 2012

O Ecocídio e outras propostas depois da aprovação do documento da Rio+20

193 países aprovaram “sem modificações” o documento da cúpula Rio+20. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, reconheceu que esperava um pouco mais de ambição no que concerne aos acordos: “Sei que alguns países esperavam um acordo mais ambicioso. Eu também esperava”, disse em entrevista. Reconheceu, também, as limitações que os países enfrentam: “Havia muitas propostas ambiciosas, mas os países têm limitações e interesses específicos“. As ONGs ambientalistas qualificaram o documento como um fracasso. Representantes da WWF indicaram que o documento estava “longe de ser satisfatório de qualquer ponto de vista“. O representante do Greenpeace afirmou: “A Rio+20 se transformou em um fracasso épico. A Conferência falhou em termos de igualdade, de ecologia e de economia”. Dentro das reuniões, entretanto, foram ouvidas propostas interessantes que poderiam ser trabalhadas no futuro.                    
Palavra de presidente
O presidente do Equador, Rafael Correa, indicou que, para poder mudar a um modelo de desenvolvimento sustentável, é necessário estabelecer um “novo conceito de desenvolvimento”, pois, à medida que crescemos, aumentamos o consumo de energia e de recursos, sem levar em consideração o planeta.
Correa assinalou que obter um crescimento sustentável “implica novos conceitos de desenvolvimento. Passar do conceito ocidental de acumular capital, do materialismo, etc. ao conceito de nossos povos ancestrais, o bem viver, satisfazer necessidades e direitos, mas vivendo em harmonia com a natureza e com outros seres humanos, mantendo permanentemente as culturas. Isto implica estabelecer algo que não obtivemos nesta cúpula: ‘a declaração de direitos da natureza’. E que ninguém se engane: não se conseguiu isso porque prejudica o grande capital.”
Ecocídio
Considerar a destruição da natureza (ecocídio) como um crime não é uma ideia nova. O advogado Mark Gray utilizou o termo e propôs, em 1996, que o ecocídio fosse considerado crime. Mas passarão muitos anos até que se chegue a um acordo, a menos que, primeiramente, se estabeleça, como propõe Correa, a “declaração de direitos da natureza”. O problema é que, neste momento, nem todos os países têm leis para proteger a natureza e, por outro lado, deve-se considerar que a maioria das empresas que destrói a natureza é aquela cuja matriz procede de um país estrangeiro, tornando necessário estabelecer uma lei que se aplique em todo o mundo.
A advogada Polly Higgins propõe à ONU que o ecocídio se converta em um dos cinco “crimes contra a paz” internacionais. Dessa forma os casos poderiam ser julgados pela Corte Penal Internacional. Alguns ativistas, como os do movimento Eradicating Ecocide, consideram que as autoridades não deveriam encarcerar apenas as corporações que destroem os ambientes naturais, mas também deveriam ser julgados os presidentes e ministros dos países que permitem tal destruição.
Ainda resta um longo caminho até que se possa definir legalmente o ecocídio. Os especialistas devem precisar se atividades que têm um impacto econômico, social e ecológico – como a pesca intensiva, a exploração de uma mina a céu aberto (e seu impacto na zona que opera), o corte de árvores para semear cultivos de soja e outras atividades – poderiam ser considerados crimes. Por outro lado, fica sobre a mesa a discussão a respeito da responsabilidade em casos de acidentes, como o derramamento de petróleo.
Energia limpa
A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) apresentou uma estratégia para o desenvolvimento dos países da América Latina, em que se propõe que os governos executem reformas tributárias que reduzam os subsídios aos combustíveis fósseis e se ofereçam incentivos para o desenvolvimento de tecnologias limpas. Alguns países latino-americanos gastam mais nos subsídios de combustíveis fósseis do que em programas sociais como saúde e educação.
Fundo para megacidades
Uma iniciativa positiva foi realizada por parte de oito bancos de desenvolvimento, entre os quais estão o Banco Europeu de Desenvolvimento e o Banco Mundial. Estas entidades financeiras estabeleceriam um fundo de 175 bilhões de dólares para os próximos dez anos com o objetivo de desenvolver sistemas de tráfego de acordo com as megacidades do hemisfério sul, já que é nessas cidades em que a emissão de CO2 está aumentando com maior velocidade. E é necessário fazer algo agora, pois as emissões de gases de efeito estufa aumentaram 40% em todo mundo nos últimos 20 anos.

Fonte: Funiber

terça-feira, 19 de junho de 2012

Devastação reduziu área do Pampa em 54% até 2009, aponta pesquisa do IBGE

Em meio aos debates da Rio+20, o IBGE divulgou ontem os Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS) 2012, que analisa ações nas áreas ambiental, econômica, institucional e social no país. Ente os destaques, está o amplo mapeamento do desmatamento no Brasil nos últimos anos. O bioma mais devastado no país é a Mata Atlântica, com apenas 12% da sua área atualmente preservada. Em segundo lugar, surge o Pampa gaúcho, que até 2009 perdeu cerca de 54% de sua área original. Em terreno, isso representa 177 mil quilômetros quadrados.

No Cerrado, a devastação chega a 49,1%, e na caatinga, 45,6%. O Pantanal é o menor e mais preservado bioma, tendo perdido apenas 15% da área total.

Segundo a pesquisa, baseada em 62 indicadores, o Brasil avançou em desenvolvimento sustentável. Mesmo assim, ainda tem muitos desafios a enfrentar. Entre os fatores positivos, está a redução de cerca de 77% no desflorestamento da Amazônia Legal, o que ampliou a área protegida, nos últimos seis anos, mesmo estando longe do ideal.

Outros pontos considerados importantes entre os indicadores são a queda à metade da mortalidade infantil na última década e a ampliação do acesso a serviços como redes de água e esgoto e o serviço de coleta de lixo. Na outra ponta, a pesquisa destacou as áreas em que o país precisa avançar, como o combate às desigualdades socioeconômicas e de gênero. O indicador levou em consideração ainda as taxas de homicídios e de acidentes de transportes, que foram consideradas altas no Brasil.

Na dimensão ambiental, que levou em consideração 20 fatores de avaliação do ar, terras e águas, um dos destaques foi que entre 1992 e 2010 o país reduziu em 90% o consumo de substâncias destruidoras da camada de ozônio. Um dos pontos analisados foi o uso de agrotóxicos e fertilizantes. Neste ponto, o modelo de desenvolvimento da agricultura gerou a utilização crescente de fertilizantes e agrotóxicos.

O indicador de balneabilidade, que analisa as áreas próprias ou impróprias para o banho, mostrou tendência de melhoria em alguns locais, tais como Porto da Barra e Farol da Barra, em Salvador (BA), Toninhas, em Ubatuba (SP) e Balneário Camboriú (SC). O indicador de acesso a serviço de coleta de lixo doméstico apresenta resultados mais favoráveis ao desenvolvimento sustentável que os demais indicadores de saneamento. Em 2009, 98,2% dos moradores nas áreas urbanas tiveram o lixo recolhido.

No indicador de dimensão econômica, o destaque é o aumento na reciclagem e do consumo de energia com a utilização de fontes não renováveis. Assim, o consumo de energia per capita alcançou o nível mais alto dos últimos oito anos. Segundo o IBGE, isso deve-se ao desenvolvimento do país, com o maior acesso da população aos bens de consumo.

Campos do Sul

- Restrito ao Rio Grande do Sul, o Bioma Pampa ocupa área de 176.496 quilômetros quadrados, ou 62,64% do Estado. Nesse pedaço do Brasil, cujo relevo é "aplainado", a vegetação predominante é a campestre. Por isso, o Pampa também é chamado de Campos do Sul ou Bioma Sulino. A biodiversidade é representada por mais de 3 mil espécies de plantas, 385 de aves e 90 espécies de mamíferos. Possui 26 espécies de animais ameaçados de extinção. Embora o Pampa tenha uma política de uso, com Unidades de Conservação, sua cobertura vegetal vem dando lugar a atividades que exigem o corte da sua cobertura original.

O levantamento do IBGE leva em conta dados colhidos até 2009. Para ler a pesquisa na íntegra, clique aqui

Fonte: Correio do Povo

terça-feira, 5 de junho de 2012

Dia Mundial do Meio Ambiente

Preservar o meio ambiente é muito importante para que possamos ter um planeta saudável e rico em recursos naturais no futuro.
Vamos aproveitar este dia e listar quantas ações podemos fazer para colaborar na preservação do meio ambiente. Se todo mundo fizer um pouquinho, podemos contribuir um montão para o mundo!
Segue algumas medidas que podemos facilmente tomar em casa e na escola:

Água
  • Escovando os dentes - desligue a água enquanto faz a escovação.
  • Lavando a louça - desligue a água enquanto ensaboa pratos, copos, talheres e panelas.
  • Tomando banho - nada de banhos muito longos e quando estiver se ensaboando, desligue a torneira.

Energia
  • Desligue as luzes - ao sair do seu quarto, sala ou cozinha não esqueça de apagar as luzes.
  • Desligue aparelhos eletrônicos - não deixe a televisão, rádio ou computador ligado caso não esteja sendo utilizado.
  • Ar condicionado - utilize com moderação!
  • Lavando roupa suja - dedique dias da semana para lavar a roupa. Assim você utiliza a máquina de lavar em sua capacidade máxima, economizando energia e água ao mesmo tempo.
  • Passando roupa - também dedique dias da semana para passar roupa. Evitando assim, o liga e desliga.

Lixo
  • Coleta seletiva - tenha uma atitude bacana. Programe a coleta seletiva na sua casa. É muito fácil, basta separar os lixos em: material orgânico, papel, metal, vidro e plástico.
Desta forma, você estará fazendo uma grande contribuição à mãe natureza, já que este material será reciclado, ou seja, será reaproveitado para a fabricação de novos produtos.


Transportes
As emissões de gases emitidos pelos transportes é muito nociva para a nossa atmosfera. Mas podemos tomar algumas atitudes para contribuir na diminuição da emissão de gases.
  • A caminho da escola - Utilizar os transportes coletivos é sempre mais saudável para o planeta. Por isto, quanto mais gente utilizar um mesmo veículo melhor. Se você vai de carro para a escola, que tal combinar um rodízio com os colegas que moram perto! Além de ser uma atitude consciente, você aproveita e faz novos amigos!
Agora, se a sua escola é perto de casa, larga de preguiça e vá a pé! Assim, você estará cuidando da saúde do nosso planeta, e da sua saúde também!


Fonte: SmatKids

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Falta de investimento no tratamento de esgoto é uma das causas para sabor e cheiro ruins da água na Capital

O verde que tomou conta do Guaíba nos últimos dias esconde um problema que não deve ter solução a curto prazo.

Além de fatores climáticos e ambientais, especialistas apontam a falta de investimento em saneamento nas últimas décadas no Estado como uma das causas da proliferação do micro-organismo que deu gosto e cheiro à água dos porto-alegrenses. Para eles, o fenômeno deve voltar a ocorrer ao longo dos próximos anos.

A alteração é fruto da multiplicação da cianobactéria, a partir de uma conjugação de fatores como elevação da temperatura e calmaria no Guaíba. O que potencializa essa disseminação são nutrientes como o fósforo, presente no esgoto que desemboca no estuário e nos rios que compõem sua bacia.

Para ilustrar o que vem ocorrendo, o coordenador do Programa de Pós-graduação em Engenharia de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS, Carlos André Bulhões Mendes, usa a representação de um prédio com 30 andares e dezenas de apartamentos. Imagine que cada um desses apartamentos produza seus resíduos.

Considere que todo esse esgoto seja despejado em um único lugar, no apartamento térreo do zelador. Pois esse zelador seria o Guaíba, que recebe, além do esgoto não tratado da Capital, as águas carregadas de dejetos produzidos nas cidades, indústrias e lavouras que ficam às margens de rios como Jacuí, Sinos e Gravataí.

— Isso vai se repetir pelos próximos 30 anos. É certo, e não preciso de supercomputadores para saber disso, pois não está havendo investimento suficiente em tratamento de esgoto — avalia Mendes.

Diretor de Recursos Hídricos da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Marco Mendonça reconhece a carência de informações sobre os recursos hídricos gaúchos. Ele afirma que até o ano que vem o Plano de Bacias do Lago Guaíba deve estar concluído, identificando fontes poluidoras e as ações necessárias.

Nos próximos meses, devem ser instaladas estações de monitoramento em 294 pontos no Estado, parte do Plano Nacional de Qualidade da Água.

O problema se espalhou para a região central da cidade

O professor de tratamento de água e esgoto da UFRGS Antônio Benetti cita o exemplo de Estocolmo, capital da Suécia, considerada uma das cidades mais insalubres do mundo no início do século 20 e que hoje é exemplo de sustentabilidade:

— A solução requer controle da poluição das cidades e das indústrias e do que é trazido quando chove lavando os campos, levando fertilizantes.

Enquanto o cenário permanece inalterado, o trabalho em Porto Alegre ocorre em duas frentes. De um lado, o investimento no Programa Integrado Socioambiental (Pisa), que deve ampliar o tratamento do esgoto produzido na cidade.

De outro, a batalha travada pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) para tornar potável a água do estuário. As zonas mais atingidas pelas algas são as abastecidas pelas estações da Tristeza e do Menino Deus.

Mas por que o cheiro e o sabor persistem?

— Essas algas lançam duas substâncias para se defenderem de outras, o MIB (metil-isoborneol) e geosmina, responsável pelo cheiro de terra da água agora. Usamos o dióxido de cloro para neutralizar essa bactérias e o carvão como esponja para retê-las, mas o odor e o gosto normal da água podem ser alterados — explica Renato Rossi, diretor da Divisão de Tratamento de Água e Esgotos do Dmae.

Fonte: Zero Hora

quarta-feira, 28 de março de 2012

Escândalo sobre mudanças climáticas

Peter Gleick, cientista da American Geophysical Union, recentemente revelou que havia trabalhado para “atacar a ciência do clima e os cientistas, e evitar que se organizem debates em torno das mudanças climáticas”, e divulgou uma série de documentos indicando a existência de organizações e empresas que financiam a elaboração de documentos contrários aos relatórios emitidos pela ONU sobre as mudanças climáticas. Gleick mostra-se arrependido por suas ações e comunica em uma carta “Lamento profundamente minhas próprias ações neste caso. Eu ofereço minhas desculpas pessoais a todos os afetados.” A informação proporcionada por Gleick revelou um escândalo em torno das pesquisas sobre as mudanças climáticas.
De acordo com a informação publicada pelo jornal espanhol elmundo, a Koch Industries, empresa vinculada à indústria petroquímica, é uma das empresas que financia o Instituto Hearthland e, segundo o Greenpeace, essa empresa teria
desembolsado em torno de 20 milhões de dólares, em cinco anos, para atacar as organizações que falam sobre as mudanças climáticas. Os documentos vazados incluem o nome de muitas empresas que doaram dinheiro para apoiar o desenvolvimento de estratégias para sabotar qualquer informação em prol do aquecimento global.
De acordo com um artigo publicado no The New York Times, a estratégia desenvolvida pelo Instituto Heartland inclui o desenvolvimento de um currículo para as escolas, no sentido de impor a ideia de que as emissões provenientes de combustíveis fósseis não colocam em risco o planeta. Segundo os promotores desta iniciativa, os professores e diretores das escolas têm uma visão distorcida e uma perspectiva alarmista sobre o aquecimento global.
Os documentos expõem uma organização que aparentava ser um Think Tank, mas que, na realidade, operava como uma agência de lobby que promove certos interesses em âmbito político. O tema se aprofundou, porque, aparentemente, a influência do Heartland Institute veio para o Departamento Interno dos Estados Unidos, e começaram as investigações sobre Indur Goklany, um funcionário que teria recebido pagamentos ilícitos para negar o aquecimento global.
Empresas como a GlaxoSmithKline e a Microsoft comunicaram que retirarão o apoio a esta organização, pois consideram que o meio ambiente é um tema relevante para a sociedade.

Fonte: BlogsFuniber

quinta-feira, 22 de março de 2012

Dia Mundial da Água


Nosso planeta tem cerca de dois terços só de água. Pela lógica, parece haver água sobrando para a população, não é? Parece um absurdo falar em crise da água?
Vamos aos fatos: 97% da água do planeta são água do mar, imprópria para ser bebida ou aproveitada em processos industriais; 1,75% é gelo; 1,24% está em rios subterrâneos, escondidos no interior do planeta. Para o consumo de mais de seis bilhões de pessoas está disponível apenas 0,007% do total de água da Terra.
Some-se a isto o despejo de lixo e esgoto sanitário nos rios, ou ainda as indústrias que jogam água quente nos rios - o que é fatal para os peixes. A pouca água que existe fica ainda mais comprometida. Isto exige a construção de estações de tratamento de esgoto e dessalinização, por exemplo. E exige conscientização para que se evite o desperdício e a poluição, principalmente nas grandes cidades.
Com o objetivo de chamar a atenção para a questão da escassez da água e, conseqüentemente, buscar soluções para o problema, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu em 1992 o Dia Mundial da Água: 22 de março.
Por conta disso, a ONU também elaborou um documento intitulado "Declaração Universal dos Direitos da Água", que trata desse líquido como a seiva do nosso planeta. 

Declaração Universal dos Direitos da Água
 De acordo com a Declaração Universal dos Direitos da Água, ela é seiva do nosso planeta e condição essencial da vida na terra. Confira os artigos:
Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta.Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.
Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta.Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.
Art. 3º - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.
Art. 4º - O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.
Art. 5º - A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.
Art. 6º - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.
Art. 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.
Art. 8º - A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.
Art. 9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.
Art. 10º - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.  

 Água limpa um direito de todos
 A água limpa é um direito nem sempre ao alcance de todos no planeta.
No mundo em que vivemos, um bilhão de pessoas têm acesso a fontes de águas melhoradas, enquanto 2,5 bilhões vivem sem saneamento básico. Estas últimas figuram entre as mais pobres do mundo e também como as mais propensas a adquirir doenças. De acordo com estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), a falta de abastecimento de água potável é responsável por 80% das mortes nos países em desenvolvimento.
No Brasil, segundo pesquisa do Censo 2000, 5,9% dos domicílios brasileiros lançam seus esgotos em valas, rios, lagos ou mar. Dessa proporção, a maior parte ocorre nas áreas rurais (10%) do que nas urbanas (5%). Já os domicílios que não possuem instalações sanitárias chegam a 8,3% do total do país, sendo mais freqüentes nas regiões rurais (35,3%). Essa situação torna-se gritante na área rural da Região Nordeste (60,5%), num contraste brutal com as áreas rurais da Região Sul (7,4%).  

 A água e o nosso futuro
 De acordo com a ONU, o uso da água triplicou de 1950 para cá. Para o futuro, estima-se que nos próximos 20 anos o homem vai usar 40% a mais de água do que usa agora.
Antes que esse dia chegue, imagine só como ficarão as pessoas que, no presente, já carecem de água. É o caso de cerca de 200 milhões de pessoas na África hoje e que, no futuro, podem chegar a 230 milhões sofrendo com a escassez de água.
O que pouca gente se dá conta é de que os problemas relacionados à água estão mais ligados à má administração de recursos do que propriamente da escassez natural. Isto quer dizer que o futuro pode ser um pouquinho melhor, se soubermos utilizar a água e criarmos soluções para situações críticas.
No caso das regiões semi-áridas brasileiras, por exemplo, isto fica bem claro: a região tem um índice pluviométrico (quantidade de chuva) bem alto - mais alto até do que de muitas outras regiões. O problema é a irregularidade dessas chuvas, os chamados períodos de "seca". Adaptando-se a essa realidade, é possível manejar o problema da água na região e a vida de muitas pessoas melhoraria! É possível um futuro melhor para a população.  

 Dicas para usar sem desperdiçar
* Escovando os dentes: com a torneira fechada, claro! Você só precisa abrir na hora certa, quando vai enxaguar a boca. Assim, você deixa de desperdiçar até 80 litros de água.
* Na hora de lavar a louça, atenção: não deixe a torneira aberta enquanto ensaboa e aproveite para enxaguar toda a louça de uma vez só! Com isso você pode deixar de desperdiçar até 100 litros de água! E, já que não custa lembrar, utilize sabão ou detergente biodegradáveis, que não poluem os rios porque se decompõem facilmente.
* Quando for lavar o automóvel, use um balde! Pode não parecer, mas enquanto um banho de mangueira de meia hora consome até 560 litros, usando um balde o gasto não passaria de 40. Viu só a diferença? Os maiores desperdícios a gente nem nota...
* Lavar a calçada com a mangueira também é um desperdício. Principalmente para quem aproveita para pôr as fofocas em dia enquanto molha o passeio... Por isso, na hora de lavar a calçada, também é melhor usar um balde, evitando-se um gasto que poderia chegar a 280 litros (quinze minutos de esguicho). Mas o melhor mesmo é usar uma vassoura, que dispensa água!
*Banhos longos gastam de 95 a 180 litros de água. Banhos rápidos economizam água e energia. E banhos de banheira usam mais água ainda, cerca de 200 litros.
  
Fonte: IBGE

sexta-feira, 16 de março de 2012

Mundo caminha para colapso ambiental, alerta organização internacional

O mundo está caminhando para um colapso ambiental e, se nada for feito, os custos da paralisia podem ser "colossais" para as economias e a humanidade. O alerta foi dado hoje pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), grupo de cooperação internacional formado por 34 países, a maioria ricos. O relatório "Previsões Ambientais para 2050: As Consequências da Inação" traz dados alarmantes sobre temas como as mudanças climáticas, biodiversidade, água e os impactos da poluição na saúde humana.
Segundo o estudo, até 2050 a demanda mundial por energia deve crescer 80%, sendo que 85% dessa energia deve continuar sendo suprida por combustíveis fósseis. Isso fará com que as emissões de CO2, principal gás causador do efeito estufa, aumentem 50%. Nesse cenário, é dado como certo que a temperatura global suba entre 3°C e 6°C - bem acima dos 2ºC de aquecimento estimado pelo Painel de Mudanças Climáticas da ONU.
A poluição do ar será o principal problema ambiental em termos de saúde pública, superando a falta de acesso ao saneamento e água potável. O número de mortes prematuras relacionadas a males causados pela poluição do ar deverá mais do que dobrar, especialmente em países como China e Índia. Atualmente as doenças respiratórias associadas à poluição matam 3,6 milhões de pessoas por ano em todo o mundo.
O crescimento da demanda por água potável é outro tema que preocupada a OCDE. A entidade estima que a demanda crescerá 55%, especialmente para uso na indústria (aumento estimado de 400%), usinas termelétricas (+140%) e uso doméstico (+130%). Esse aumento na demanda deve colocar sob risco de escassez hídrica tanto os agricultores quanto 2,3 bilhões de pessoas que vivem perto de rios, especialmente na África e Ásia. As florestas, que são importantes para os ciclos hídricos, devem ocupar ainda menos espaço até 2050: a OCDE estima que as áreas com florestas encolherão 13%, com perda acentuada da biodiversidade.
Na avaliação de Angel Gurría, secretário-geral da OCDE, a saída para minimizar o colapso ambiental será a adoção de uma mentalidade mais focada no longo prazo, apoiada na ideia da economia verde - tema central da Rio+20, a conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável que o país sediará em junho. "Buscar um crescimento mais verde pode ajudar os governantes a enfrentar esses desafios. Tornar mais sustentáveis a agricultura, a indústria o fornecimento de energia e água será crucial para atender as necessidades de mais de 9 bilhões de pessoas", disse Gurría.

UM PREÇO PARA A NATUREZA
O relatório apela ainda por uma mudança de política. Propõe a adoção de taxas ambientais e sistemas de comércio de emissões de modo a tornar a poluição mais cara e as alternativas sustentáveis mais baratas. Também sugere colocar um preço pelos serviços prestados pelos ecossistemas (produção de água, ar limpo, biodiversidade) como forma de valorizá-los economicamente. A OCDE também defende a remoção dos subsídios dados pelos governos aos combustíveis fósseis e investimentos pesados em pesquisa e desenvolvimento com foco em inovação verde.
Alguns exemplos bem-sucedidos de políticas verdes são apontados no estudo. Um exemplo é a criação, pelo governo britânico, do Banco de Investimentos Verdes, uma iniciativa que destinará 3 bilhões de libras esterlinas para projetos inovadores com foco em sustentabilidade - e a meta é chegar a 15 bilhões de libras em investimentos privados até 2015, especialmente nas áreas de energia e reciclagem. No Japão, a cidade de Kitakyushu elaborou um plano para se tornar uma das cidades mais sustentáveis do país, com baixa emissão de carbono e o engajamento da prefeitura, empresas e moradores na iniciativa.

Leia o relatório da OCDE, em inglês

Fonte: Folha