O governo do Rio Grande do Sul vai criar um sistema de rastreamento
eletrônico para controlar o uso de agrotóxicos. A decisão foi anunciada
após a revelação de que produtos proibidos no Brasil estão sendo usados
em lavouras de arroz do estado, como mostra a reportagem do RBS
Notícias.
A análise feita dentro da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
encontrou doze tipos diferentes de agrotóxicos em 55 amostras de arroz.
Três deles não têm autorização de uso para arroz no Brasil. O que
representa um risco para a saúde tanto dos agricultores quanto das
pessoas que consomem o alimento.
“Um trabalhador que ficou com a roupa impregnado com o produto está
sujeito a um quadro clínico bastante grave, a ponto de ser levado a UTI
com insuficiência respiratória”, diz a coordenadora do Centro de
Informações Toxicológicas, Isabela Lucchese Gavioli.
A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa) diz que o
contrabando de produtos químicos deve ser fiscalizado pela Polícia
Federal e Pela Receita Federal. E que pretende aumentar o controle do
uso de agrotóxicos com a contratação de mais agrônomos e um novo sistema
eletrônico para o rastreamento dos produtos distribuídos no estado.
“Vai estar dentro do sistema todos os produtos com suas dosagens e
suas indicações. A receita agronômica só vai sair se o responsável
técnico estiver habilitado e se a recomendação for correta”, explica o
gerente da divisão de produção vegetal da Seapa, José Candido Motta.
Além do arroz, técnicos que fazem a coleta de amostras de alimentos
para um programa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
encontraram irregularidades no uso de produtos químicos em vários
produtos. A Anvisa constatou problemas, principalmente no cultivo de
pimentão (91,8%), morango (63,4%), pepino (57,4%) e alface (54,2%).
Entre as irregularidades estão a utilização de agrotóxicos não
autorizados ou em quantidade acima da permitida. “É importante que a
pessoa que está produzindo saiba que a sua produção, a sua propriedade
rural, ela é responsável também por saúde pública. À medida que eu
produzo observando as boas práticas de produção agrícola, eu vou estar
trazendo benefícios para as pessoas que vão consumir o meu produto”,
destaca o engenheiro de alimentos, Bruno Hoernig. (Fonte: G1)
Fonte: Ambiente Brasil
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