A ONU (Organização das Nações Unidas) comemorou o Dia Mundial do Meio
Ambiente neste 5 de junho com um alerta: todos os anos, 1,3 bilhão de
toneladas de alimentos são desperdiçados.
Segundo o Pnuma, Programa da ONU para o Meio Ambiente, um terço da
comida produzida no mundo vai parar nas lixeiras dos consumidores,
vendedores, agricultores e transportadores.
Esse desperdício vale US$ 1 trilhão e seria suficiente para alimentar
870 milhões de pessoas que passam fome. Em mensagem, o Secretário-Geral
da ONU, Ban Ki-moon, destacou a importância de se buscar soluções para a
enorme perda de alimentos.
Para Ban, o desperdício chega a ser “uma ofensa para os que têm fome e
representa um custo enorme para o meio ambiente, em termos de energia,
terra e água”.
O Pnuma ressalta que os alimentos descartados desperdiçam energia e
combustível usado para o seu transporte. Além disso, a decomposição de
comida elimina uma grande quantidade do gás metano.
Campanha – A ONU lançou uma campanha para aumentar a
conscientização sobre o problema. Neste ano, a Mongólia foi o país
escolhido como sede das comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente.
Do Rio de Janeiro, a coordenadora do Pnuma no Brasil, Denise Hamú, falou sobre o tema da iniciativa.
“Pensar, Comer e Conservar, que está sendo discutida no mundo todo,
em que realmente a gente vê a questão de jogar alimentos que estão
próprios para consumo no lixo. E as outras partes desse mesmo problema,
como a produção em termos de desmatamento, onde tem que ampliar áreas
para a produção de alimentos e consumo, compra, usar coisas de
descarte.”
Denise Hamú participou do lançamento da Semana do Meio Ambiente, no
Jardim Botânico do Rio de Janeiro. No evento, o cientista Luiz Pinguelli
Rosa, afirmou ser possível erradicar a pobreza e preservar o meio
ambiente, desde que haja uma mudança na atitude dos consumidores.
“É possível, sim, mudando o elevadíssimo padrão de consumo das
camadas mais ricas de todas as sociedades, incluindo as sociedades dos
países em desenvolvimento, como o Brasil. É inevitável aumentar a
produção de alimentos para atender a demanda do mundo.”
Para isso, Pinguelli Rosa indica a promoção de um modelo de
agricultura de baixo carbono, que permitiria reduzir a expansão da área
agrícola, não só para a produção de alimentos, como também para produtos
de exportação. (Fonte: Rádio ONU)
Fonte: Ambiente Brasil
quinta-feira, 6 de junho de 2013
Educação Ambiental
Na maioria das escolas a educação
ambiental não é uma disciplina regular. Mas ensinar a importância de
preservar a natureza é cada dia mais essencial. Os conceitos de proteção
ao meio ambiente estão mais presentes nas salas de aula desde a década
de noventa e agora o assunto domina a maioria dos temas tratados por
professores de várias disciplinas.
Os números do Inep
(Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Aluísio
Teixeira) mostram que em 2004 a proteção ambiental era citada como
referência de conteúdo em mais de 94% das escolas brasileiras.
Para ajudar as crianças a
pensar de forma sustentável vale tudo. Os professores usam atividades
artísticas, músicas, aulas fora da sala de aula. As crianças colocam a
mão na massa e muitas vezes aprendem coisas que já parecem distantes da
realidade nas cidades. O simples fato de manter uma horta na escola, por
exemplo, pode ensinar os cuidados com a boa alimentação, como a
poluição pode afetar a vida na terra, a necessidade de cuidar bem das
plantas e o valor nutricional dos alimentos. Essa iniciativa foi tomada
pelos educadores do colégio La Salle de Águas Claras, Distrito Federal.
Lá, as crianças aprendem em uma fazendinha, que além da horta, tem
animais de verdade. Os alunos podem saber mais sobre a produção
sustentável de alimentos, descarte correto de materiais orgânicos,
reflorestamento de áreas degradadas — estes são apenas alguns dos temas
possíveis para os pequenos descobridores.
A primeira secretaria
especial de meio ambiente do Brasil foi criada na década de 70, mas foi
na constituição de 1988 que os cidadãos ganharam o direito à educação
ambiental. As diretrizes expressas na Política Nacional de Educação
Ambiental (EA), definida pela Lei Federal nº 9795, de 27 de abril de
1999, trazem orientações quanto aos princípios, aos objetivos, às linhas
de atuação e às estratégias de implementação da Educação Ambiental. É
reconhecida como um instrumento pelo qual "o indivíduo e a coletividade
constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e
competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso
comum do povo, essencial à qualidade de vida e sua sustentabilidade”.
Um dos principais
objetivos é contribuir para a compreensão da complexidade do ambiente em
suas dimensões ecológicas, econômicas, sociais, culturais, políticas,
éticas e tecnológicas, de maneira a sensibilizar a coletividade quanto à
importância de sua organização e participação na defesa de todas as
formas de vida. Pretende-se, assim, incentivar a mobilização dos
cidadãos a partir do reconhecimento das causas e das consequências dos
impactos socioambientais que afligem o planeta, buscando satisfazer as
necessidades fundamentais da humanidade ao mesmo tempo em que são
respeitados os direitos das gerações futuras terem acesso a um ambiente
saudável.
E precisa ser levada à
sério na prática. Já mostramos aqui na Informativa inúmeros exemplos de
escolas e universidades que estimulam a capacidade criativa dos alunos e
ensinam Educação ambiental. Vamos lembrar, por exemplo, o projeto
Ecociente, do colégio Claretiano, Colégio e Faculdade de São Paulo, a
reportagem foi publicada em setembro do ano passado. A ideia do projeto
foi estimular o trabalho em equipe, os grupos criavam ações de
preservação, como a coleta seletiva de lixo e reciclagem dos materiais.
No mês de junho deste ano,
o ministro da Educação, Aloízio Mercadante, homologou diretrizes
curriculares nacionais para a educação ambiental e para a educação
indígena. A assinatura dos documentos ocorreu na abertura oficial do
Encontro de Juventude e Educação para a Sustentabilidade Socioambiental,
uma das participações do MEC na Conferência Rio+20, encontro das nações
unidas pelo clima. “Essas diretrizes orientarão as políticas
pedagógicas da educação infantil à universidade, porque o que vale mesmo
é quando as práticas chegam à sala de aula”, afirmou o ministro. As
diretrizes foram aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE),
após diálogo com os sistemas de ensino, sociedade civil e diferentes
instâncias governamentais.
No encontro, o ministro
Mercadante e a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, lançaram,
ainda, a 4ª Conferência Nacional Infanto juvenil pelo Meio Ambiente, que
nesta edição tem como tema "Vamos Cuidar do Brasil com Escolas
Sustentáveis". “É uma oportunidade para pensar ações locais, a partir da
escola, com a visão global de desenvolvimento sustentável”, disse
Mercadante, como informou a assessoria do Ministério.
O MEC pretende, no período
de pouco mais de um ano, envolver 13 mil escolas públicas da educação
básica – inclusive as de áreas indígenas, quilombolas e de assentamentos
rurais – e 4 milhões de estudantes do sexto ao nono ano do ensino
fundamental para discutir e aprender sobre questões ambientais. As
escolas definem as temáticas que querem trabalhar e elegem
representantes que vão às conferências municipais, regionais e
estaduais. Por fim, há uma conferência nacional, com a participação de
800 alunos, que apresentam o que foi debatido nas escolas.
Na visão da ministra
Izabella Teixeira, o governo já está saindo de ações de caráter piloto e
alcançando redes de alunos em todo o país com projetos socioambientais
concretos. “Não temos déficit de diálogo; agora, é preciso ter ousadia
para implementar as ações e colocar a política ambiental no dia a dia
das escolas”, afirmou.
Na rede de escolas
associadas da ANEC, os projetos já estão sendo operados à todo vapor.
Outro exemplo que mostramos, em 2010, aqui na revista Informativa, foi o
projeto Biodiversidade, do Colégio Notre Dame de São Paulo. A
iniciativa inovadora envolveu os alunos da escola e a comunidade. Os
estudantes cadastraram pelo site do colégio a criação de seis grandes
partidos políticos, todos em defesa do meio ambiente. Isso dividiu os
alunos em grandes grupos que criaram estratégia de ação, logomarca,
plataforma de propostas e soluções que poderiam ajudar a natureza. As
melhores iniciativas foram eleitas e nesta brincadeira os alunos
avançaram muito. Criaram uma rede de recolhimento de óleo usado na
vizinhança; coleta de materiais recicláveis e pilhas, plantaram árvores
frutíferas para atrair mais pássaros para a escola; e ainda produziram
um aquecedor ativado com energia solar para aquecer água sem gastar
energia. Cama uma destas atitudes ensina muito aos estudante, que acabam
distribuindo este saber pela família e pela comunidade, a receita
perfeita para transformar o mundo em um lugar melhor para viver.
Olho:
- Olho 1: “Na rede de escolas associadas da ANEC, os projetos já estão sendo operados à todo vapor.”
- Olho 2: “Na maioria das
escolas a educação ambiental não é uma disciplina regular. Mas ensinar a
importância de preservar a natureza é cada dia mais essencial.”
- Olho 3: “O MEC pretende,
no período de pouco mais de um ano, envolver 13 mil escolas públicas da
educação básica – inclusive as de áreas indígenas, quilombolas e de
assentamentos rurais – e 4 milhões de estudantes do sexto ao nono ano do
ensino fundamental para discutir e aprender sobre questões ambientais.”
Fonte: Portal Futurum
quarta-feira, 5 de junho de 2013
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