quarta-feira, 1 de junho de 2011

Brasileiros priorizam meio ambiente sobre crescimento

Os brasileiros estão cada vez mais preocupados com a natureza, segundo pesquisa encomendada pelo Walmart Brasil e Ministério do Meio Ambiente. Dos entrevistados, 59% entendem que o meio ambiente deve ter prioridade sobre o crescimento econômico. No entanto, partir para ação propriamente dita ainda não está no consciente das pessoas, principalmente se essas ações envolverem custos.
A pesquisa "Sustentabilidade Aqui e Agora" ouviu 1100 pessoas em 11 capitais: Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP).
Segundo a Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, "para alcançar metas ambiciosas como a erradicação de lixões e melhor aproveitamento dos materiais hoje jogados fora, uma verdadeira economia do desperdício, é preciso conhecer os hábitos de consumo, descarte e sobretudo a disposição da população em aderir às políticas públicas que advirão da Lei Nacional dos Resíduos Sólidos".
O presidente do Walmart Brasil, Marcos Samaha, completa: "Precisamos conhecer os valores da sociedade para que seja possível estabelecer iniciativas adequadas a esses valores. Nós, do Walmart, também queremos ser parte dessa história de mobilização. Estamos trabalhando para levar ao consumidor produtos com atributos de sustentabilidade, cada vez mais demandados pelos brasileiros".
A pesquisa tinha como objetivo saber se as ações de sensibilização - como a campanha "Saco é um Saco", para a redução de sacolas plásticas, por exemplo - realmente chegam aos cidadãos comuns. O estudo revelou que a maioria da população (60%) é simpática à idéia da proibição das sacolinhas, mas 21% não saberiam como descartar seu lixo doméstico num suposto mundo sem sacolas.
Os entrevistados entendem, entretanto, "meio ambiente" como um conceito bastante amplo e relacionado a questões mais ligadas ao seu cotidiano, como coleta de lixo, reciclagem ou saneamento básico. 40% dos entrevistados acham que "limpeza pública" é o principal problema ambiental nas suas cidades ou bairros. O segundo lugar - "áreas verdes" - tem 9% das respostas. 61% acham que a responsabilidade é dos órgãos públicos (prefeitura e governo) e 18% responderam que o meio ambiente é responsabilidade do indivíduo. 82% dos pesquisados, por sua vez, se dispõem a participar de abaixo-assinados para resolver questões ambientais, mas não atuando diretamente na solução dos problemas.
Destino do lixo
Com relação à destinação correta de resíduos, a pesquisa faz alguns alertas: mais de 70% dos entrevistados jogam pilhas e baterias no lixo comum; 66% descartam remédios no lixo doméstico; 33% jogam tintas e solventes no lixo doméstico; 39% descartam óleo usado na pia da cozinha e 17% possuem lixo eletrônico em casa. Foi também lembrado o papel que os supermercados podem desempenhar na educação do consumidor, como os postos de coleta de material reciclável, informações sobre sustentabilidade nos produtos para facilitar a escolha e a oferta de mais itens saudáveis.
"Nós já havíamos detectado alguns pontos da pesquisa com os nossos clientes, que estão de fato mais sensíveis ao tema. No entanto, um dos nossos maiores desafios, como empresa e como sociedade, é democratizar a sustentabilidade. Soluções que servem a um só nicho, não são soluções", diz a Vice-Presidente de Sustentabilidade do Walmart Brasil, Daniela de Fiori.
Outro dado interessante é que os brasileiros apostam na próxima geração para solidificar uma sociedade mais atuante em prol do meio ambiente. 63% dizem que a escola é o local mais apropriado para a construção de uma consciência ambiental, seguido de comunidades (58%) e igrejas (43%). O dado mostra que, atribuindo às crianças e às escolas a responsabilidade de ser o lugar onde a nova sociedade será formada, o brasileiro demonstra uma possível omissão ou falta de capacidade ou vontade de realizar as mudanças necessárias.
Perguntados sobre o que poderia trazer mais felicidade entre dinheiro, tempo ou profissão, a amostra se dividiu em dois grupos distintos, que surpreende pela porcentagem similar. 56% preferem apostar em ter mais dinheiro e aprimorar a profissão e 44% preferem mais tempo com a família e defendem valores como "fé na humanidade"
Como conclusão geral, o estudo mostra que a população revela uma preocupação expressiva em relação a temas como meio ambiente, saúde e qualidade de vida. Contudo, há pouca disposição para mudanças que dão trabalho ou envolvem custos. Ou seja, ainda há uma razoável distância entre a intenção e o gesto, embora haja um terreno fértil para programas de educação ambiental e para campanhas que permitam que o meio ambiente vire um assunto do dia a dia.

Fonte: Economiasc

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